quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Cistite


Remédio caseiro para cistite com bicarbonato de sódio

Um excelente remédio caseiro para a cistite é tomar o bicarbonato de sódio porque ele altera o pH da urina, tornando-o menos ácido, de forma que as bactérias não se multiplicam com facilidade, aliviando os sintomas da doença.


Ingredientes
1 colher (de café) de bicarbonato de sódio
300 ml de água
Modo de preparo

Dissolva o bicarbonato de sódio na água e beba de uma vez. Repita o mesmo processo de 6 a 7 vezes por dia.


A ingestão de uma grande quantidade de líquido em geral elimina a infecção da bexiga, quando leve, pois a ação de descarga da urina elimina muitas bactérias e as defesas naturais do organismo eliminam as bactérias restantes.
Remédio caseiro para cistite com sândalo

Um outro bom remédio caseiro para cistite é o banho de assento com sândalo porque ele possui propriedades antimicrobianas que dificultam a proliferação dos micro-organismos causadores da inflamação.



Ingredientes
10 gotas de óleo essencial de sândalo 
1 litro de água

Modo de preparo

Misturar as gotas de sândalo na água e colocar numa bacia. Sentar-se dentro desta água por aproximadamente 20 minutos. Repetir esse procedimento até a diminuição dos sintomas da cistite.

Geralmente, o tratamento para a cistite é feito com antibióticos. Mas, os chás que fortalecem o sistema imunológico, como o de erva-ursina e os banhos de acento com vinagre, também são de grande ajuda durante o tratamento e podem ser utilizados.




Veja algumas ótimas receitas de chás para cistite utilizando plantas medicinais como cavalinha, uva-ursina e camomila.
Chá para cistite com cavalinha

O chá de cavalinha para cistite é um ótimo remédio caseiro porque esta planta medicinal é um diurético natural que aumenta o volume da urina, e possui propriedade cicatrizante que facilita a recuperação dos tecidos afetados.



Ingredientes
1 colher (sopa) de folhas secas de cavalinha
180 ml de água fervente

Modo de preparo

Adicionar as folhas picadas de cavalinha à xícara de água fervente, tapar e deixar repousar por cerca de 5 minutos. Coar e tomar a seguir. É aconselhado tomar o chá de cavalinha de 2 em 2 horas em caso de cistite aguda, durante a vigência da doença ou tomar de 3 a 4 vezes por dia, em caso de cistite crônica ou de repetição.

As folhas secas de cavalinha podem ser encontradas facilmente em farmácias e lojas de produtos naturais.
Chá para cistite com uva-ursina

O chá para cistite com uva-ursina também é um bom remédio caseiro porque esta planta medicinal possui propriedades que diminuem a proliferação de micro-organismo na região genital.



Ingredientes
50 gramas de folhas de uva-ursina
1 litro de água

Modo de preparo

Ferver os ingredientes por alguns minutos e deixar descansar devidamente tapado por 5 minutos. Depois de morno, coar e tomar o chá, várias vezes ao dia;
Chá para cistite com camomila

O chá para cistite com camomila pode ser utilizado para banhos de assento porque esta planta medicinal pois ela possui propriedades que acalmam a mucosa vaginal.



Ingredientes6 colheres (sopa) de camomila
1 litro de água

Modo de preparo

Ferver os ingredientes por alguns minutos e deixar descansar devidamente tapado por 5 minutos. Depois de morno, coar e colocar o chá numa bacia, e sentar-se nela por cerca de 20 minutos, 2 vezes ao dia.
Dicas para curar a cistite

Algumas dicas para curar a cistite mais rapidamente, são: 
Tomar de 3 a 4 litros de água ou chás por dia;
Consumir regularmente uma fruta chamada Arando pois ela possui propriedades que dificultam a adesão de bactérias na bexiga, evitando a cistite de repetição.


Uma boa receita para cistite é preparar uma sopa com alho, alho poró, aipo, salsinha e cenoura pois ela também é diurética e pode facilitar a cura da doença.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Olheiras profundas


Seis remédios caseiros para amenizar suas olheiras



O chá de camomila, o pepino e a maça são ingredientes naturais que irão ajudar a reduzir suas olheiras.

O PEPINO AJUDA A CLAREAR, HIDRATAR E REFRESCAR A PELE 

Se você dormiu mal, virou uma noite trabalhando ou em uma festa, o surgimento das olheiras é inevitável. Apesar de existirem muitos produtos de beleza bons no mercado, há algumas formas naturais de tratá-las. A versão espanhola da Marie Claire listou seis componentes que você provavelmente tem em casa para passar nas olheiras antes de aplicar o corretivo e obter um resultado mais eficaz.



1. PEPINO

É muito comum vermos em filmes ou em fotos mulheres com rodelas de pepino nas pálpebras. Colocar o legume em cima dos olhos fechados não é uma lenda, o truque realmente funciona: o pepino é rico em vitamina E, com propriedades que ajudam a clarear, refrescar e hidratar a pele. Coloque metade do pepino cru na geladeira, depois que ele estiver frio, corte-o em fatias e aplique sobre os olhos fechados por 10 minutos.



2. ÓLEO DE AMÊNDOA

O óleo de amêndoa tem propriedades que funcionam como um anti-inflamatório natural, que não só reduz as olheiras, mas também as rugas e hidrata profundamente. Coloque duas gotas de óleo em seu dedo e massageie a área ao redor dos olhos por cerca de cinco minutos. Repita o mesmo movimento com o outro olho.

O ÓLEO DE AMÊNDOA REDUZ NÃO SÓ AS OLHEIRAS, MAS TAMBÉM AS RUGAS E HIDRATA PROFUNDAMENTE A PELE 



3. MAÇÃ

A fruta tem propriedades tonificantes que ajudarão a tratar as olheiras, iluminando a região ao redor dos olhos. Para potencializar o efeito da fruta, você deve lavá-la bem, cozê-la e fazer um espécie de purê com ela. Com essa consistência, você deve aplicá-la na região das olheiras e deixar agir por 15 minutos.




4. LEITE

Dormiu mal, acordou com aquela olheira escura e precisa sair de casa em um hora? Se quiser clarear de forma rápida as olheiras, mergulhe dois pedaços de algodão no leite frio e coloque-os sob a região por 15 minutos. O ácido láctico proporcionará clareamento ligeiro.


O LEITE CLAREIA REGIÕES ESCURAS DE FORMA RÁPIDA. ÓTIMO REMÉDIO PARA QUEM ESTÁ COM PRESSA 


5. CHÁ DE CAMOMILA

O chá de camomila é um calmante poderoso e tem ação anti-inflamatória. Ao invés de desperdiçar os saquinhos do chá depois de bebê-lo, coloque-os na geladeira, depois que eles gelarem faça uma compressa por 20 minutos e você verá como ele ajuda a amenizar o tom arroxeado das olheiras.




6. ROSAS

Se você virou a noite e seus olhos cansados não estão deixando esconder isso, uma boa opção é fazer uma compressa com a infusão de pétalas de rosa e água quente. Retire cuidadosamente as pétalas e ferva-as com água. Espere a mistura ficar morna, molhe dois algodões nela e coloque-os por 20 minutos sob os olhos. Quando remover os algodões, o aspecto cansado dos seus olhos irão diminuir e parecerá que você dormiu mais de oito horas

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Vinagre de maçã e bicarbonato de sódio




O vinagre de maçã e o bicarbonato de sódio são muito usados pela medicina natural.

Algumas vezes, isolados; outras, combinados.

O fato é que os dois são ricos em propriedades medicinais.

E muito fáceis de usar.

O vinagre de maçã e o bicarbonato de sódio têm pH opostos.

O primeiro é ácido.

O segundo é alcalino.

Essa oposição de pHs permite misturar os dois produtos e obter incríveis benefícios para a saúde.

Muitas pessoas usam o bicarbonato de sódio para tratar a acidez estomacal.

De fato, ele é muito efetivo para isso.

No entanto, não é recomendável que ele seja usado por muito tempo, pois o consumo prolongado pode alterar o pH do estômago.

O vinagre de maçã ajuda a desintoxicar o organismo.

Ele também é ótimo para revigorar o organismo, dando-nos muita energia.

Possui vitaminas A e B, enzimas e minerais, como zinco, ferro, silício, cálcio, fósforo, potássio, magnésio e enxofre.

Principais benefícios por tomar morna água com vinagre de maçã e bicarbonato:




- Graças ao seu conteúdo de enxofre, ajuda a expulsar toxinas

- Melhora as funções do fígado, metabolizando melhor as gorduras

- Estimula o metabolismo, qualidade que a torna um excelente recurso para combater a obesidade

- Tem propriedades diuréticas, ajudando a eliminar o excesso de líquido

- Graças às suas enzimas, melhora a digestão

- Combate a prisão de ventre

- Ajuda a equilibrar a flora intestinal

- Ajuda a curar e a manter as gengivas saudáveis

- Trata gripe, resfriado e sinusite

- Combate tosse e dor de garganta

- Ajuda a reduzir colesterol, triglicérides e ácido úrico

- Previne cãibras

- Melhora a qualidade da pele

- Reduz a possibilidade de cálculos nos rins, vesícula e fígado

- Fortalece os dentes e combate cáries e tártaro




Como preparar a água com vinagre de maçã e bicarbonato

Como dissemos, vinagre de maçã e bicarbonato de sódio têm pH oposto, ou seja, um é alcalino e o outro é ácido.

Ao combiná-los, alcançamos um pH equilibrado, nem ácido, nem muito alcalino.

Dessa forma, conseguimos obter todas as propriedades dos dois sem acidificar nem alcalinizar demais o organismo - tanto a acidez como alcalinização excessiva são nocivas para o organismo.

Bicarbonato de sódio sozinho, por exemplo, usado de forma excessiva, por ser extremamente alcalino, pode alterar o pH naturalmente ácido do estômago, o que não é bom, pois o ácido clorídrico do estômago precisa se manter equilibrado para que possamos digerir bem os alimentos.

Aqui está a receita da bebida que combina água morna com vinagre de maçã e bicarbonato de sódio:

INGREDIENTES

1 copo de água morna 

1 colher (sopa) de vinagre de maçã orgânico

1 pitada de bicarbonato de sódio

MODO DE PREPARO

O vinagre de maçã precisa ser de boa qualidade.

Use um totalmente natural e orgânico.

Coloque o vinagre e o bicarbonato em um copo com água e misture bem com uma colher.

Beba três vezes por dia, uma hora antes da refeição.

Depois de um tempo, após duas semanas de consumo, você pode diminuir e usar uma dose de manutenção: apenas uma vez por dia e em jejum.

Contraindicações: durante a gravidez ou se estiver tratando úlceras estomacais.

Este é um blog de notícias sobre tratamentos caseiros. Ele não substitui o trabalho de um especialista. Consulte sempre seu médico.

domingo, 22 de maio de 2016

Aromaterapia


As ervas aromáticas, ou ervas de cheiro, são plantas, geralmente de pequeno porte, que apresentam diversas utilizações e propriedades medicinais. Devido à sua composição e funções que desempenham na saúde, as ervas aromáticas são excelentes para a manutenção da saúde e bem-estar. Estudos sugerem que a substância fito-químicas das ervas aromáticas são responsáveis no tratamento e prevenção de diversas dores e doenças crônicas com a sua função terapêutica.





Incluir essas plantinhas no dia a dia é uma ótima forma de promover bem-estar, equilíbrio e auxiliar no tratamento de insônia, dores de cabeça, TPM, depressão, ansiedade, entre outras patologias. E uma ótima forma de se deixar levar pelo delicioso aroma terapêutico das ervas é pelos travesseiros aromáticos.

Esses travesseiros terapêuticos possuem excelentes poderes de aromaterapia que agem no físico e na mente durante o sono. É uma ótima alternativa contra os stress, insônia, cólicas, problemas respiratórios e enxaquecas. As misturas de algumas ervam criam um delicado aroma que acalma a mente e traz uma sensação de bem estar, proporcionando um sono tranquilo, relaxante e suave.

O cheirinho pode ser de alfazema, eucalipto, camomila – que são fragrâncias que nos acalmam, nos refaz e é excelente na hora de dormir. Há também outras ervas que podem ser utilizada no travesseiro aromático, cada uma de acordo com sua necessidade. Abaixo, as ervas e suas respectivas funções terapêuticas:



Travesseiro de flores de Alfazema – Auxilia no tratamento da insônia, depressão, problemas respiratórios e enxaqueca. Calmante das emoções e da mente.

Travesseiro de flores de Camomila– Ajuda no tratamento da depressão, TPM, insônia, irritabilidade, stress e medo.

Travesseiro de flores de Macela – Auxilia no tratamento da insônia, irritabilidade, stress e problemas digestivos.

Travesseiro de Alecrim – Ajuda no tratamento contra a depressão, desânimo e tristeza.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Do campo para a cidade



A utilização das plantas quer para fins alimentares quer medicinal, é quase tão antiga como o próprio homem. Embora o seu uso medicinal seja habitualmente conotado com práticas mais ou menos obscurantistas, que persistem, sobretudo no bucólico da ruralidade, as plantas não servem apenas para tratar as maleitas dos nossos camponeses. Nas grandes cidades, apesar de muito deste patrimônio cultural se ir desvanecendo, assistimos na atualidade a um regresso às origens, em busca daquilo que a terra nos dá. Prova disso é que não haverá casa portuguesa sem o cantinho das ervas: a erva-cidreira para as perturbações gástricas, a tília para febres e doenças hepáticas, a camomila para a gripe, entre muitas outras que cada um escolhe a seu bel-prazer.

Muitas das mézinhas das nossas avós, a que é usual chamar “medicina tradicional”, “natural” ou “verde”, coexistem, afinal, com a medicina convencional, dos médicos, na qual abundam cock­tails químicos injetáveis, xaropes industriais e drágeas de todas as cores e feitios.

Ainda que não haja dados estatísticos sobre o número de pessoas que recorrem à medicina natural, uma vez que se trata de autoconsumo e não são necessárias receitas médicas para este gênero de terapia, pensa-se que a naturopatia está em crescendo. São cada vez mais os adeptos da medicina verde. Em suma, quando o objetivo é acalmar a alma, fortalecer o corpo e aliviar a dor, ninguém se importa de onde vem o remédio, desde que se revele eficaz.



Formas sugestivas

Não é difícil imaginar por que razão algumas plantas começaram a ser utilizadas como curandeiros. Basta olhar para elas. As suas formas sugestivas, imitando órgãos do corpo humano, terão despertado a curiosidade e levado ao seu emprego na cura das maleitas a eles associadas. Estas crenças originaram, nos séculos XVI e XVII, a chamada “doutrina das assinaturas”, segundo a qual Deus teria indicado as virtudes de cada planta dando-lhe uma forma similar ao órgão sobre o qual atuava. Por exemplo, os tubérculos de certas orquí­deas, que se assemelham aos testículos humanos, possuiriam propriedades afrodisíacas, e as folhas das hepáticas, em forma de fígado, seriam indicadas para os problemas relacionados com esse órgão. Ou então, dando-lhe um aspeto idêntico aos sintomas externos de determinada doença (as ervas com seiva amarela, como a Caledônia, eram utilizadas no tratamento da icterícia, o feto polipódio era usado para curar a varicela, pois os seus esporângios, situados na página inferior das folhas, assemelham-se às pústulas originadas por essa doença). Embora nem sempre se verificasse a tão almejada cura, cedo se percebeu que quase todas as plantas possuíam propriedades medicinais, que compuseram o vasto leque de conhecimentos empíricos legados às gerações vindouras.

A doutrina das assinaturas estendeu-se de igual modo aos fungos: o exemplo mais conhecido é o do cogumelo porra-de-lobo ou picha-de-cão (Phallus impudicus), ao qual, devido à sua forma idêntica ao pénis humano, foram também atribuídas propriedades afrodisíacas. Entre os líquenes, destaca-se a pulmonária (Lobaria pulmonaria), que foi largamente utilizada no tratamento das úlceras pulmonares, em virtude da sua semelhança com um pulmão.

Embora estas crenças nos possam parecer ridículas no presente, é compreensível que, na antiguidade, se tenha entendido as formas das plantas semelhantes a órgãos como sinais divinos. Em pleno século XXI, muitos camponeses sem a influência dos ensinamentos escolares e dos conhecimentos científicos continuam a vê-las como tal.


                                                              Curar sem químicos?

A utilização das plantas com propósitos medicinais vem de há longa data; no entanto, o papel fundamental que lhes era atribuído na medicina da Idade Média foi-se desvanecendo com os avanços científico-tecnológicos da era moderna. Hoje em dia, muitos dos seus princípios ativos já são sintetizados artificialmente, através da biotecnologia a que recorre a indústria farmacêutica. Apesar disto, ainda existe uma considerável percentagem de medicamentos prescritos pelos médicos que resulta da utilização direta de plantas, sobretudo quando a síntese artificial do princípio ativo não é conseguida ou não é economicamente favorável.

Segundo o Decreto-Lei 176/2006, é definido como medicamento à base de plantas “qualquer medicamento que tenha exclusivamente como substâncias ativas uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com uma ou mais preparações à base de plantas”.

Permanece, contudo, o preconceito de que as ervas medicinais recolhidas na natureza são boas para a saúde porque não têm químicos, o que não é verdade. A razão por que são usadas para fins curativos é exatamente porque possuem determinadas substâncias químicas que vão influenciar a fisiologia do organismo. Eduardo Ribeiro, biotecnólogo e especialista em suplementos alimentares e plantas medicinais, lembra que “uma planta medicinal é constituída por um complexo conjunto de moléculas com efeitos fisiológicos comprovados, mas cuja ação ao nível do organismo não é facilmente percecionada”.

Através do seu metabolismo, quase todas as plantas conhecidas produzem substâncias com propriedades medicinais ou odoríferas, como esteróides, alcalóides, óleos essenciais, taninos, vitaminas, elementos minerais e antibióticos, entre muitas outras. Dito de outro modo, possuem determinado princípio ativo que lhes confere valor terapêutico. Por isso mesmo, terão sido empregadas, de acordo com estudos antropológicos, desde o Paleolítico, embora os vestígios farmacêuticos mais antigos nos tenham chegado das civilizações mesopotâmica e egípcia.


Para além da utilização que se vai fazendo das plantas, principalmente pelos habitantes das zonas rurais e pelos clientes da naturopatia, a indústria farmacêutica não deixa de procurar novas propriedades curativas nas plantas silvestres. Embora a medicina convencional não reconheça completa validade terapêutica à naturopatia, é absurdo desprezar alguns tratamentos centenários da medicina popular, muitos deles com eficácia comprovada. Quem nunca bebeu chá de camomila como calmante, tomou mel com limão para curar as dores de garganta, bebeu chá de cidreira para as dores de estômago ou tomou xarope de cenoura para a tosse? Quantas vezes as mézinhas de fabrico caseiro, passadas de geração em geração, fazendo parte da identidade cultural de um povo, solucionam os problemas de saúde e restabelecem o bem-estar, sem necessidade de apoio médico? Muitas dessas receitas caseiras podem ainda ser ouvidas da boca dos sábios rostos enrugados pelos anos, em qualquer das muitas aldeias de Portugal, que teimam em manter vivos os costumes e tradições.

No entanto, embora use produtos naturais culturalmente muito interessantes, a verdade é que a medicina natural pode apresentar alguns riscos, nomeadamente quanto ao controlo de qualidade, à utilização indevida e aos efeitos secundários em determinadas doenças, como avisa Elsa Gomes, professora aposentada da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

Em muitos casos, a medicina convencional coexiste com as medicinas popular e alternativa. Os doentes, consoante os resultados obtidos com os tratamentos, dividem a sua crença entre médicos e “curandeiros”, “endireitas”, “sábios”, “bruxas” e “homens de virtude”. Apesar de os efeitos farmacológicos de muitas mézinhas estarem ainda por investigar e comprovar, a medicina moderna vai aprendendo a conviver com alguns desses remédios populares; de facto, quando a medicina ainda dava os primeiros passos, já o povo tinha remédios para a maior parte das maleitas.


“A elaboração de remédios caseiros está também hoje em dia facilmente acessível via internet, sendo possível aprender como fazê-los e quais as suas indicações.” Quem o afirma é o médico Luiz Santiago, autor de Medicamentos e Corpo – Consumidores de Fármacos: o que Pensam e o que Sabem... “No entanto, dose e posologia são duas grandes lacunas que se observam, quando consultada a informação”, alerta.

Farmácias caseiras



A naturopatia está na moda. Que tal uma chávena de chá de camomila ao deitar em vez de um comprimido? O biólogo Jorge Nunes revela as propriedades medicinais e aromáticas das espécies vegetais autóctones mais usadas na medicina tradicional.

"Os desesperados agarram-se às silvas!”, dizia a Ti Piedade enquanto o corpo negro e cansado se curvava sobre os matos espinhosos e as mãos vetustas e calejadas iam ripando as flores da carqueja. “Principalmente, quando já não aguentam os males da boca ou a soltura dos intestinos… e não falo de chupar amoras pretinhas, não senhor...”, acrescentava com um sorriso malandreco.

Momentos mais tarde, ao passar por um silvado florido, fez questão de mostrar que não estava mesmo a referir-se às deliciosas amoras tão apreciadas como frutos silvestres, mas às pontas das silvas: “Folhas tenrinhas e flores fechadas, vê?” Depois de fervidas e bem filtradas – “têm muitos picos, é preciso ter muito cuidado!”, advertia –, servem para bochechar (curam aftas, dores nas gengivas e outras doen­ças da boca) e, em tisana, aliviam a diarreia (“soltura”, “desarranjo” ou “destempero”, como é uso chamarem-lhe no mundo rural).

Amparada por um varapau, que a ajudava a suportar o peso dos seus quase noventa anos, não perdia o ritmo e avançava com passo ligeiro por entre os tojos e as urzes ressequidas. Do braço esquerdo pendiam dois sacos de plástico com logótipos desbotados de uma grande superfície comercial. Os sinais das catedrais do consumo já chegaram às serranias remotas de São Pedro do Sul. Enquanto as flores de carqueja iam enchendo o saco maior, o menor permanecia quase vazio. “É do hipericão”, esclarecia sem abrandar a passada, “mas, com este calor, já nem se encontra, está todo mirradinho!”, justificava a dona Piedade.


A carqueja recolhida naquela tarde ainda precisava de mais alguns dias para secar e ser devidamente acondicionada. Depois, ficaria a aguardar a chegada dos rigores invernosos, das gripes e tosses trazidas pelas chuvas fortes, pelos mantos brancos de neve e pelos ventos gélidos que costumam atravessar de forma inclemente os maciços de Montemuro e da Gralheira. As “Terras do Demo”, como tão oportunamente lhes chamou Aquilino Ribeiro, o grande romancista beirão. 

Embora aquele dia tivesse servido essencialmente para a apanha da carqueja e do hipericão-bravo, a anciã acabou por confidenciar que a sua farmácia caseira incluía um sem-número de outras “ervinhas milagrosas”, que ia recolhendo ao longo de todo o ano. “Ervas que fazem bem a tudo” e que mantém guardada em frasquinhos e saquinhos, prontas para quando houver uma ferida, uma tosse, uma diarreia, uma febre ou uma gripe.

O relato, colhido, juntamente com a carqueja e o hipericão, no distrito de Viseu, poderá parecer apenas mais uma recolha etnográfica, igual a tantas outras memórias que se vão apagando à medida que as comunidades rurais entram em declínio por causa do êxodo rural e do desaparecimento dos seus anciãos, portadores de importantes saberes e tradições que acabam por ser enterrados com eles, muitas vezes, sem que haja qualquer hipótese de serem legados às gerações vindouras, como acontecia antigamente. Porém, basta percorrer qualquer aldeola portuguesa para se perceber que o rol de utilizações das ervas é infindável e que, afinal, este relato poderia muito bem ter sido gravado em qualquer outra região. Por todo o país, do nordeste transmontano ao Barrocal algarvio, passando pelas ilhas-jardim, são muitas as pessoas, nomeadamente os mais velhos, que continuam a recolher da natureza as plantas com poderes curativos.


Desde tempos que a memória já não lembra sempre se aproveitaram as virtudes das plantas que floresciam espontaneamente por montes e vales. Mas “quem tem tesouros não os exibe”, diz o povo. Por isso, não é de estranhar que, no início, as panaceias e mézinhas fossem saberes privados guardados sigilosamente como se de tesouros familiares se tratasse. No entanto, com o passar dos séculos, foram-se tornando públicos e acessíveis a toda a comunidade. E, tal como no folclore e na gastronomia, também nas ervas medicinais cada região tem a sua tradição. Nem poderia ser de outro modo, porque a distribuição das plantas é, por vezes, circunscrita a determinadas zonas de acordo com os fatores climáticos e edáficos que as influenciam. Não é, por isso, de estranhar que existam diferentes “receitas” para o mesmo mal. É caso para dizer: cada avózinha, sua mézinha!

quarta-feira, 16 de março de 2016

Chás

Os mitos e verdades sobre os poderes dos chás



Nem todo o conhecimento sobre chás que os mais velhos têm a partir de experiências pessoais está coerente. Pensando nisso, trouxemos alguns mitos e verdades acerca dos poderes dos chás para sanar as dúvidas.

Mitos
Boldo peludo ou falso boldo não é bom para o fígado. Os estudos apontam apenas seus benefícios como antiácido em casos de gastrite;
Café não é mais prejudicial que os chás. Essa bebida traz benefícios à saúde também, mas, assim como os chás, não deve ser consumida em excesso;
Chá não pode curar gripe! A doença viral não pode ser curada por medicamentos naturais, o que acontece é que alguns chás têm propriedades que ajudam a amenizar os sintomas;
Ingerir chás durante as refeições não é indicado, pois essa bebida poderá dificultar a absorção dos nutrientes pelo organismo. Prefira beber a infusão 30 minutos antes ou depois das refeições;
Tomar chá quente não ajuda a queimar gorduras. A temperatura da bebida nada intervém na queima de gorduras;
Não vale acreditar que os chás não fazem mal à saúde, afinal também possuem contraindicações. Quando ingeridos em excesso podem ter efeitos colaterais, portanto tome muito cuidado sempre.


Verdades
Existem chás que acabam com a insônia. É o caso da erva doce, camomila, maracujá e melissa, que ajudam a relaxar e melhorar a qualidade do sono;
Chás previnem doenças do coração. Alguma erva possuem substâncias que protegem esse órgão, contudo só devem ser ingeridos até duas horas após o preparo para que tais benefícios sejam garantidos;
Chás podem ajudar a emagrecer sim! Mas não fazem milagres, portanto precisam ser acompanhados de dietas e exercícios físicos, afinal eles só potencializam a perda de peso;
Não se deve ingerir o mesmo chá por um período prolongado. Com o passar do tempo, o organismo vai cessar de reagir às substâncias da erva. O ideal é não ultrapassar o período de 30 dias tomando o mesmo chá;
As grávidas precisam tomar muito cuidado com os chás, pois algumas ervas têm poder abortivo. Sempre consulte um médico competente para que ele prescreva o tratamento adequado;
O chá de camomila é um calmante leve, porém a sua principal ação é antiespasmódica e anti-inflamatória;
O chá verde contém cafeína em sua composição e isso pode proporcionar insônia, por isso prefira bebê-lo pela manhã ou tarde.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A Cura




Para se obtiver a cura de uma doença, é necessário investigar a origem da mesma; somente assim os métodos de cura podem ser aplicados de forma bem sucedida. Boa parte das doenças da modernidade pode ser curada através de um tratamento natural; outra parte delas pode ser acompanhada com elementos e práticas naturais e resultar na cura.

O nosso organismo foi projetado para enfrentar situações de reabilitação – “A natureza estava fazendo o melhor que podia para livrar o organismo de um acúmulo de impurezas, e fosse ela deixada a si mesma, auxiliada pelas bênçãos comuns do Céu, tais como ar puro e água pura, ter-se-ia efetuado uma cura rápida e segura”.

No entanto há desordens fisiológicas que precisam de um diagnóstico seguro, uma terapia correta e acompanhamento médico. A primeira coisa a fazer é procurar um especialista na área de seu problema; após o diagnóstico, se o tratamento for medicamentoso, procure uma segunda opinião de um médico naturalista. Seja sábio em avaliar as possibilidades e comparar com aquilo que você conhece sobre os tratamentos naturais.

Há situações crônicas ou doenças que é necessário uma intervenção cirúrgica, ou na maioria das vezes um medicamento. Use os meios ao seu alcance. “A ideia que tendes, de que não se deveriam usar remédios para os doentes, é erro. Deus não cura os doentes sem o concurso dos meios de cura que estão ao alcance dos homens, ou quando os homens se recusam a ser beneficiados pelos remédios simples que Deus proveu no ar e na água puros”.

A grande incógnita parece ser quando recorrer aos métodos naturais, e quando usar os métodos convencionais. É justamente o médico que determinará isto. Os profissionais, na maioria esmagadora, buscarão a cura pelos medicamentos. Aqui está o momento em exercer sabedoria. Se a situação exigir o uso de antibiótico para controlar uma infecção, ou outro medicamento para estabilizar situações críticas – não há muito que se pensar – se deve usar o medicamento.

“Os que buscam a cura pela oração não devem negligenciar o emprego de remédios ao seu alcance. Não é uma negação da fé usar os remédios que Deus proveu para aliviar a dor e ajudar a natureza em sua obra de restauração. Não é nenhuma negação da fé cooperar com Deus, e colocar-se nas condições mais favoráveis para o restabelecimento. Deus pôs em nosso poder o obter conhecimento das leis da vida. Este conhecimento foi colocado ao nosso alcance para ser empregado. Devemos usar todo recurso para restauração da saúde, aproveitando-nos de todas as vantagens possíveis, agindo em harmonia com as leis naturais”.




A grande vantagem dos métodos naturais reside na prevenção de doenças. Usar o estilo de vida naturalista conduz para uma recompensa ainda aqui nesta vida, de saúde e qualidade de vida. Mas eles também recuperam o doente; isto requererá tempo e disciplina. “Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais, e da maneira de aplicá-los. É essencial tanto compreender os princípios envolvidos no tratamento do doente, como ter um preparo prático que habilite a empregar devidamente esse conhecimento”.


“Há muitos modos de praticar a arte de curar; mas um só existe aprovado pelo Céu. Os remédios de Deus são os simples agentes da natureza, que não sobrecarregarão nem enfraquecerão o organismo mediante suas fortes propriedades. Ar puro e água, asseio, regime adequado, pureza de vida e firme confiança em Deus, são remédios por cuja faltam milhares de pessoas estão perecendo”.